O mapa tátil é uma ferramenta essencial para a orientação de pessoas com deficiência visual. Ele deve combinar design acessível, simbologia em relevo e texto em braile conforme os princípios do Desenho Universal.
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Mapa Tátil: Design, Função e Padrões de Acessibilidade
Imagine chegar a um prédio público, hospital ou aeroporto sem conseguir ver as placas, ou entender para onde seguir. Agora imagine ter, ao alcance das mãos, um mapa em relevo que permite sentir o caminho, compreender a disposição dos espaços e planejar seu percurso com autonomia. Esse é o papel do mapa tátil, uma ferramenta que transforma a acessibilidade em experiência real.
Apesar de previsto na ABNT NBR 9050, o mapa tátil ainda carece de diretrizes detalhadas sobre design, material, simbologia e usabilidade. É justamente essa lacuna que profissionais e organizações comprometidas com a inclusão precisam preencher com conhecimento técnico e boas práticas.
O que é um Mapa Tátil e Por Que Ele Importa?
O mapa tátil é uma representação física em relevo de um ambiente como um prédio, universidade, museu, parque, criada para que pessoas com deficiência visual compreendam a disposição dos espaços. Ele comunica por meio de texturas, símbolos e braile, traduzindo o que a visão normalmente revelaria.

Mais do que um recurso técnico, o mapa tátil é um instrumento de cidadania. Ele promove autonomia, segurança e inclusão, garantindo o direito de ir e vir com independência. Em um mundo onde a acessibilidade é parte da governança ESG, o mapa tátil se torna um investimento estratégico.
Referência Acadêmica e Pesquisa Aplicada
Em seu artigo “Mapas Táteis: Design e Usabilidade”, publicado no livro Coletânea Orientação e Mobilidade, a pesquisadora e consultora em acessibilidade Erika Felippe faz considerações sobre a falta de regras e normas que detalhem a produção dos mapas. Segundo a autora, no Brasil, ainda são escassas as diretrizes estabelecidas ou o investimento em pesquisas para o desenvolvimento de parâmetros técnicos que orientem a elaboração de mapas táteis eficazes.

O objetivo do estudo é apresentar orientações sobre a criação de mapas táteis como mecanismos que promovem autonomia e inclusão de pessoas com deficiência visual, assegurando sua liberdade de locomoção e plena participação social.
“A partir das informações sobre a representação da localização espacial para as pessoas com deficiência visual podemos identificar os elementos mínimos que devem ser considerados na produção de mapas táteis e as melhores práticas que podem ser empregadas na realidade brasileira. Investir na capacitação de profissionais que se dedicam à orientação e mobilidade e na pesquisa relacionada ao desenvolvimento de métodos que possam gerar melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência visual de forma abrangente é o primeiro passo para a mudança desse cenário de estagnação.”
Erika Felippe, Coletânea Orientação e Mobilidade
Principais Desafios na Criação de Mapas Táteis
- Ausência de padronização: a norma NBR 9050 menciona o mapa tátil, mas não define detalhadamente símbolos, texturas e proporções.
- Complexidade visual: mapas com excesso de informações confundem o usuário com deficiência visual.
- Integração insuficiente com o piso tátil: muitas vezes, o mapa não indica a rota acessível ou o ponto de início da navegação.

Boas Práticas e Diretrizes Técnicas
- Priorize o uso do Desenho Universal. Adote princípios como uso simples, informações perceptíveis e tolerância ao erro.
- Combine braile e alto-relevo. Todo texto deve ter correspondência em braile, com contraste tátil suficiente.
- Integre o mapa à rota de piso tátil. Mostre o caminho completo até os principais ambientes, garantindo continuidade.
- Evite excesso de informações. Um bom mapa tátil é claro, objetivo e comunica somente o essencial para a orientação.
- Realize testes com usuários. A etapa de validação é indispensável para ajustar proporções, materiais e símbolos.

Orientação e Mobilidade: o Olhar Profissional
Para quem está iniciando nesse campo, uma dica importante é buscar apoio de profissionais especializados em Orientação e Mobilidade e arquitetos com experiência em acessibilidade. Essa integração entre as áreas é o que garante a criação de soluções realmente funcionais e seguras para o usuário.
Exemplo de Aplicação: Sistema Integrado de Orientação Espacial
Em projetos conduzidos pela Sinal Link Acessibilidade, o mapa tátil é tratado como parte de um sistema de orientação espacial integrado. Ele dialoga com o piso tátil direcional e de alerta, formando uma experiência de deslocamento segura e intuitiva. O resultado é um ambiente verdadeiramente acessível, que guia a pessoa desde a entrada até o destino desejado.
Confira abaixo um exemplo prático do processo de criação de mapas táteis acessíveis, desenvolvido pela equipe da Sinal Link Acessibilidade:
Vídeo demonstrando o processo de criação de mapas táteis acessíveis pela Sinal Link.
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Benefícios e Impacto Social
- Garante autonomia para pessoas com deficiência visual.
- Valoriza a imagem institucional e o compromisso com a inclusão.
- Atende aos critérios de compliance e responsabilidade social.
- Agrega valor aos projetos de arquitetura acessível e ESG.
Conclusão
O mapa tátil é uma ponte entre o espaço físico e a percepção humana. Quando projetado com técnica, empatia e norma, ele amplia o alcance das pessoas, da arquitetura e da responsabilidade social. Tornar um ambiente acessível não se trata somente de cumprir leis, é projetar experiências inclusivas e humanas.
Perguntas Frequentes
O que é um mapa tátil acessível?
É um mapa físico em relevo com legendas em braile e alto-relevo, criado para orientar pessoas com deficiência visual de forma segura e independente.
O mapa tátil é obrigatório?
Sim. A ABNT NBR 9050:2020 versão corrigida 2021 determina sua instalação em locais de grande circulação, como edifícios públicos, estações e centros de atendimento.
Qual o melhor material para um mapa tátil?
O acrílico é um dos materiais mais duráveis e adequados ao toque, com excelente custo-benefício e alta definição dos relevos.





